Thursday, February 08, 2007

Nocaute

Dói muito. Ao menos consegui chegar até aqui, onde posso me sentar. E sentado, espero. Estou na rodoviária. Pessoas dos mais diferentes tipos correm, conversam, gargalham, xingam e gritam. A maioria delas têm pressa. Estão indo viajar. Indo trabalhar. Atrasadas. Irritadas. Ou angustiadas, esperando por ônibus que demoram. Um zoológico diverso - de uma só espécime. E eu transpiro. E sofro. A voz diz: "Senhores passageiros, favor tomarem conta de suas próprias bagagens". E meu estômago dói. Mas não como antes. Hoje ele me nocauteou de vez. Assim, apesar da multidão, só a dor é quem me faz companhia. E com ela, espero. Espero meu médico, que vem correndo. Ele já saiu lá de casa, está a caminho. Vem, como sempre, para me socorrer. Santo de casa faz milagre sim. Tomara, pois sentado, espero. Espero a dor passar. Mas sei que, talvez, ela me acompanhe até meus últimos dias.

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