Wednesday, February 14, 2007

Por um triz

Dias estranhos são aqueles em que vemos o quanto estamos expostos à morte. De repente, ela vem. Ou passa ao lado, zombando, mandando a mensagem "essa foi quase, malandro!". Você está dirigindo rápido, se distrai por alguns segundos, e, do nada, aparece um muro na sua frente. Seu carro tem uma semana de uso. Se não acabasse em tragédia, dor de cabeça ia render. Mas você golpeia o volante para o lado, com uma destreza inexplicável. E está vivo. Por um triz. E tudo parece diferente, parece mais...vivo. Você vê que a vida pode não valer de nada, mas vale de tudo. Pelo menos naquele momento. O coração está pulando, as pernas bambas e as mãos suadas, tremendo. Você percebe que chegar ao fim é muito fácil, seja lá o que for o fim. Percebe que é realmente tênue, a linha que separa a vida, da morte. Olha para o lado e seu amigo parece ter tido um colapso, suando frio, com a boca seca. De medo. Sim, são dias em que você se borra de medo. Dias diferentes.

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